Escreveu Francisco num dos cadernos que, na “epopeia inversa” de um país adormecido “no travesseiro da glória antiga a caminho da morte”, “todos os dias morriam” e “de uma forma ou de outra, nunca regressaram”. A dúvida, o medo, a morte, passaram a viver com eles. Neles. E nunca mais o jovem aldeão “de palavras certeiras na voz sibilada” foi o mesmo. Sempre o que não podia esquecer a intrometer-se nos passos e no olhar. Sempre também o amor a iluminá-lo e a atormentá-lo. E sempre a viagem. Sempre o contínuo peregrinar, dentro e fora de si, em busca do Francisco sobrevivente à guerra que o matou. E, quase velho, no comboio em que regressa ao chão a que pensa pertencer, é a vida – a sua vida – que recorda e reconhece na viagem por rostos e lugares que vê e nele moram. E tanto há a recordar!
Talvez, por fim, se encontre.
Talvez tenha sentido o último poema.
Talvez.